Prefeitura quer ampliar aeroporto para a Copa

Aeroporto regional poderá desafogar outros terminais, o crescimento no ano passado passou de 50%

O Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, de Maringá, cresceu 55,8% no ano passado em relação a 2009. No primeiro trimestre de 2011, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 36% no fluxo de passageiros. São mais de 50 mil passageiros por mês.
O prefeito Silvio Barros diz que é urgente a ampliação do aeroporto de Maringá, tanto para atender ao fluxo maior de passageiros, podendo funcionar como auxiliar de outros terminais aeroportuários durante a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas, em 2016, como no transporte de cargas.

A demanda por transporte aéreo registra aumento de cerca de 30% ao ano. “O setor aeroviário não cresceu na necessidade do mercado, e existe uma fatia que sofre com congestionamento de passageiros e atrasos nos voos de cargas.”

Segundo o prefeito, dados da Infraero, a empresa que administra os aeroportos no país, revelam que o aeroporto de Maringá é o único da região sul do país capaz de receber as ampliações necessárias para atender a demanda do mercado na velocidade que ele precisa.
O interesse a curto prazo é para que os aeroportos que recebem aviões de carga, e com isso ficam congestionados, desviem esse fluxo para o aeroporto de Maringá. Assim aeroportos como o de Guarulhos e Viracopos podem se concentrar em receber passageiros, enquanto Maringá se encarrega da distribuição de cargas.

A possível ampliação iria favorecer toda a região, ampliando o volume de negócios gerados não só em Maringá, mas também em Campo Mourão, Cianorte e Paranavaí, que já utilizam os serviços do aeroporto de Maringá.

“Os investimentos devem ser feitos em relação ao terminal de passageiros, no terminal de cargas e na pista” diz o prefeito, que prevê que a longo prazo esses investimentos irão colocar Maringá no cenário internacional de transporte aéreo de cargas, o que seria um passo importante para implementar os mesmos investimentos para o fluxo de passageiros.

Próximo do limite

De acordo com o superintendente do aeroporto Marcos Valêncio, o terminal local está próximo do limite. No ritmo atual de aumento de passageiros, suportaria até o final do ano. No ano passado, segundo ele, 500 mil pessoas embarcaram. Esse ano, a projeção é fechar em 700 mil.

Dos aeroportos com mais de 100 mil passageiros/ano, o Silvio Name Júnior é o segundo em crescimento de fluxo de passageiros do país, perdendo apenas para Viracopos, em Campinas (SP).

Valêncio diz que, enquanto outros aeroportos do país vivem com problemas de conservação e ampliação, o de Maringá precisa apenas de ampliar a sua capacidade, como aumento do terminal de passageiros e da pista de cargas.

José Serra fala em ampliação

Quando esteve em Maringá na campanha para a Presidência da República, o candidato José Serra (PSDB) comentou que a cidade precisa ampliar o seu aeroporto. Ele inclusive anunciou que, sendo eleito, destinaria recursos para esta finalidade.

Segundo Serra, o Brasil precisa com urgência melhorar a sua infraestrutura logística para atender à demanda de crescimento – e os aeroportos são essenciais.

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), também comentou a respeito do assunto quando esteve em Maringá neste mês para proferir palestra na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim). FHC comentou que o país carece de infraestrutura. Ele citou que o aeroporto local precisa ser ampliado para atender à demanda regional.

Gargalo nos terminais de passageiros

O estudo do IPEA, divulgado no último dia 14, aponta que o grande problema do transporte aéreo no país está nos terminais. Hoje, 17 dos 20 aeroportos brasileiros já estão trabalhando com volume de passageiros acima do limite operacional, que é de 80% da sua capacidade. Para Carlos Campos, técnico de pesquisa do Ipea, existe tempo hábil para investimento em pistas, pátios e terminais provisórios até 2014. Caso contrário, a situação seria ainda pior durante a realização dos jogos.

O estudo mostra que há problemas nos projetos dos aeroportos. Isso porque mesmo com as obras previstas para 2014, 10 dos 13 terminais ainda continuarão operando acima da capacidade.

É o caso de Fortaleza, Guarulhos, Brasília, Salvador, Cuiabá, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Natal e Recife. A previsão do crescimento da demanda, segundo o Ipea, é de 10% ao ano.

Muita demanda, pouco investimento

Outro dado apresentado no estudo é que o investimento a ser feito nos próximos três anos visando a realização dos jogos não é muito maior que a já feita no setor. Nos útimos oito anos, a média anual de investimento era de R$ 1,1 bilhão. Até 2014, essa média será de R$ 1,4 bi.

Campos destacou que o mais preocupante nessa conta é que nos últimos oito anos apenas 44% do previsto no orçamento foi gasto nos aeroportos. Se essa tendência continuar, o Brasil vai investir cerca de R$ 2 bilhões de um total de mais de R$ 5,5 bilhões disponíveis para as obras. “Os investimentos são insuficientes para o crescimento da demanda e existe grande possibilidade de não serem executados”, afirmou o pesquisador.

O especialista sugeriu a adoção de um plano B para evitar um apagão aéreo. “Não precisamos aguardar até 2014 para ver que o sistema aéreo tem problemas. Daqui para 2014 existem algumas medidas operacionais, como alteração de horários de voos, que somadas aos terminais provisórios, permitem que o tráfego aconteça”, disse. No entanto, Campos destacou que não se pode deixar que as estruturas construídas para solucionar o problema temporariamente virem definitivas. “Muitas vezes o ‘P’ de provisório é igual ao ‘P’ de permanente”, destacou.


Fonte: www.hnews.com.br